Ninguém há de negar que uma tatuagem é algo muito pessoal. Nada explica à partida o desejo de ter um desenho inscrito na própria pele. Hoje, a quebra de paradigmas que a tatuagem propõe é outra, não mais aquela dos anos 1960 ou 1970, quando hippies, punks e outras tribos urbanas tatuavam os corpos para romper com regras sociais. Na contemporaneidade, os três elementos que caracterizam a prática da tatuagem mudaram: o tatuador já não é mais amador, os clientes englobam pessoas de todas as classes e idades e a tatuagem, em si, superou muitos estigmas sociais.
Nesse contexto, Yann pode servir como exemplo. Os seus desenhos, em sua maioria em preto e vermelho, não oferecem seus significados de bandeja. Quem sabe fosse preciso conhecer cada um dos seus clientes para entender o que seus traços expressam. E muitas vezes essa interpretação é impossível, pois o conteúdo da tatuagem serve apenas ao sujeito que a possui, sendo do seu íntimo para a pele, sem que se queira transmitir mensagens ao resto do mundo. Assim, ela torna-se algo tão abstrato que em alguns casos não é preciso um desenho, apenas as cores.
Imagens: © Amanda Wachob, Valérie Poulin e Yann Black
Fonte: http://obviousmag.org